HISTÓRIA DA CIDADE
O descobrimento do Município de Caconde é atribuído ao Capitão Pedro Franco Quaresma, que em 1755 estava no então arraial de Jacuí, bem próximo à região de Caconde. Entre os anos de 1755 a 1765 Capitão Quaresma esteve junto com outros Paulistas, fazendo descobertas na região entre o rio Sapucaí, o rio Grande, o rio Pardo e o caminho de Goiases e afluíram para essa região a procura de ouro.
A primeira notícia oficial da descoberta do território do atual Município de Caconde foi dada pelo então Sargento JERÔNIMO DIAS RIBEIRO a D. Luis Alexandre de Souza Menezes, governador de Santos, em carta datada de 20 de agosto de 1765. Os registros históricos de 1765 apontam como nome NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DAS CABECEIRAS DO RIO PARDO. Este sertanista e militar desconhecia que o governo de São Paulo havia sido restabelecido e que era seu capitão general D. Luiz Alexandre de Souza Menezes, razão pela qual a carta foi enviada ao Governo de Santos.
Com a notícia da descoberta de ouro e de que este era farto (mas na verdade os resultados não foram auspiciosos), o povoado se desenvolve às margens do Ribeirão Bom Sucesso. Os mineradores abandonaram as catas, mas os que se dedicavam à agricultura permaneceram na região e outros agricultores chegaram as terras de cultura para cultivá-las.
O dia 02 de março de 1775 é a data que deve ser considerada como fundação da primitiva Freguesia, pois o primeiro livro de batizado foi aberto e datado nesta data. Foi criada pelo Padre Francisco Bueno de Azevedo e denomina-se FREQUEZIA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DO BOM SUCESSO DO RIO PARDO. De acordo com o Regimento das Minas era obrigatório que cada descoberta de mina recebesse o nome do santo, ou santa de devoção do descobridor.
A Paróquia de Caconde foi desmembrada da vigária de Mogi Mirim e segundo o historiador Adriano Campanhole, o dia exato da criação da Freguesia de Caconde, no Bom Sucesso, é 02 de março de 1775, data, também, que o Padre Bueno de Azevedo deve ter chegado no arraial. O primeiro batizado que se tem notícia tem data de 11 de junho.
Outra versão permite que a Igreja adote a data de 19 de março de 1775, que vem sendo comemorada, prevalecendo a emoção e a devoção sobre a historiografia, por ter havido festividades religiosas na freguesia, em 19 de março de 1775.
A florescente povoação entrou em decadência, em razão da escassez de ouro nas catas e faisqueiras, e a população transferiu-se para o local denominado Barra do Bom Jesus, no lugar denominado Silvas, distante 3 quilômetros da cidade, onde havia sido descoberto ouro por Inácio Preto de Morais no ano de 1781.
Entre essa data e 1820, com a escassez do ouro, tanto no Bom Sucesso, quanto no Bom Jesus, os que se dedicavam à agricultura permaneceram na terra e muitos outros vieram assenhorear-se do que restava, requerendo sesmarias, ou mesmo obtendo glebas por compra e posse. No ano de 1810/1811 verificaram-se numerosas posses e pedidos de sesmarias. O ciclo da agricultura predomina.
Existiu núcleo populacional no Bom Sucesso, outro em São Mateus e no Bom Jesus, mas a Igreja Matriz sempre esteve no Bom Sucesso. Permaneceu por alguns anos sem vigário e eclesiasticamente vinculada a Paróquia de Cabo Verde, como bairro do Bom Sucesso. Data de 27 de junho de 1820 o último falecimento registrado no livro de enterramentos no Cabo Verde e no Bom Sucesso. Nessa época a Igreja do Bom Sucesso já estava em ruínas e provavelmente os moradores já haviam solicitado a restauração da Freguezia ao visitador diocesano padre Antonio Marques Henrique quando este passou em Cabo Verde em 08/08/1918.
A iniciativa da restauração da Freguezia é do alferes Manoel Alves Moreira Barbosa, que em 29 de fevereiro de 1820 enviou carta, por ele assinada, ao capitão-mor de Mogi-Mirim, José dos Santos Cruz, pedindo apoio para obtenção de licença para construção de nova capela.
A restauração de Caconde é de 28 de junho de 1820, no local em que se encontra hoje.
A Paróquia não possuía patrimônio para construção da Igreja e Miguel da Silva Teixeira e sua mulher, Maria Antonia dos Santos doaram, 103 alqueires de terras, correspondente a um quarto de légua em quadra, a Nossa Senhora da Conceição, para construção da nova Igreja Matriz, em 28 de dezembro de 1822. Os doadores possuíam no total 1.022 alqueires de terra.
Doado o terreno, inicia-se a construção da Igreja Matriz, no local onde está hoje. Diz a tradição que a primeira missa foi celebrada em 24 de dezembro de 1824. Nesse dia, foi celebrada a missa inaugural do novo templo, apenas o altar-mor.
Entretanto, esse dado não é correto, pois essa data pode ter sido a missa de inauguração. Mas, em 19 de março de 1823, foi passada provisão ao Padre Carlos Luis de Melo, que passou a celebrar missas. A 08 de outubro, foi passada nova provisão e a provisão de funcionamento da Igreja é de maio de 1824.
Em 1828, a Igreja Matriz já obtivera provisão e benção e compunha-se, unicamente, de capela-mor.
A primitiva matriz possuía uma porta frontal e duas portas de cada lado, com degraus de pedra. Era coberta de telhas e possuía duas torres. Na parte frontal três varandas, com um cruzeiro na frente e junto dele um chafariz.
A Igreja passou por reformas no período de 1917 a 1920. Inicia-se, neste ano, a reforma das torres, desaparecendo as duas torres para construir apenas uma central, cuja obra terminou provavelmente em 1924.
Em 08 de dezembro de 1939, a Igreja já contava novamente com duas torres. Essas duas torres foram modificadas junto com a parte externa para alcançar estilo românico puro, sendo inaugurada em 19 de março de 1975, quando a paróquia festejou o segundo centenário.
Em 1828, a população do povoado era de 100 habitantes e 1600 em toda Freguezia. Pertencia a Mogi-Mirim. Após movimento para iniciar a vida política, em sessão de 06 de abril de 1828, a Câmara Municipal de Mogi-Mirim nomeou o Capitão Domiciano José de Souza para exercer o cargo de Juiz de Paz, José Barbosa Guimarães para suplente e Joaquim Alves Moreira para o cargo de escrivão. Nesse mesmo ano, a Câmara de Mogi Mirim autorizou na Freguezia de Caconde três eleitores e procedeu a qualificação dos eleitores que estariam aptos para eleger pelo voto direto o Juiz de Paz e seu suplente.
Em 08 de dezembro de 1828, na Igreja Matriz realizaram-se as primeiras eleições, presidida pelo juiz de paz Domiciano de Souza e pelo padre Carlos Luis de Melo. Foram eleitos: capitão Domiciano José de Souza, Vigilato José de Souza, Padre Carlos Luis de Melo, Flávio Antonio Martins Ferreira, José Custódio Dias, Francisco Ribeiro do Vale e Joaquim Alves Moreira.
O movimento para elevar a Freguezia de Caconde à Vila iniciou-se no ano de 1863, cujo projeto de lei foi apresentado na Assembléia pelo Deputado Casemiro Macedo e após inúmeras discussões foi aprovado em 31 de março de 1864. O presidente da província sancionou a Lei nº 6 em 5 de abril de 1864, elevando a Freguezia de Caconde à categoria de Vila.
A primeira eleição para Vereadores ocorreu em 7 de setembro de 1864, quando Caconde possuía 734 eleitores, sendo a Câmara Municipal instalada em 21 de janeiro de 1865.
Caconde pertenceu às comarcas de Jundiaí, 1775; Itu, 1811; Campinas, 1833; Franca, 1839; Mogi Mirim, 1852; Casa Branca, 1872.
Preocupada em ter uma justiça própria, em 10 de março de 1866, a Câmara Municipal iniciou o trabalho, visando à nomeação de um juiz formado para prestação da Justiça e desvinculado de Casa Branca. Este trabalho perdurou até 25 de fevereiro de 1874, quando o Deputado Antonio Pinheiro Hulha Cintra, em sessão de 25 de fevereiro de 1874, apresentou projeto de lei para destacar os termos de Caconde e São Sebastião da Boa Vista da Comarca de Casa Branca.
O projeto foi aprovado e sancionado a lei nº 10 em 24 de março de 1874, criando a comarca de Caconde.
Em 09 de março de 1883, foi sancionada a lei nº 10 de 09 de março de 1883, elevando à categoria de cidade a Vila de Caconde.
Em 05 de abril de 1966, Caconde foi constituída em Estância Climática, através da Lei Estadual nº 9.275, após aprovação de projeto de lei do Deputado Mantelli Neto.
Significado do Nome
O nome CACONDE aparece desde 1771, grafado de diversas formas, como apelido a Freguezia de Nossa Senhora da Conceição do Bom Sucesso do Rio Pardo. Em 1786 Cacundas, em 1797 Caconda, 1823 Caconde, 1829 Freguezia de Nossa Senhora da Conceição do Rio Pardo de Caconde, 1832 Freguezia de Caconde e, finalmente, a partir de 1835, passa a ser apenas Caconde.
Há duas correntes para sua origem.
A primeira, de origem lingüística tupi-guarani. João Mendes Caldeira no seu Dicionário Geográfico da Capitania de São Paulo, diz que Caconde é corruptela de qua-quéo-nd-e;que significa: quebrada bem notável por onde passam muitos. E explica: de qua-quéo - passarem muitos; nd - intercalação para ligar o o ao e por causa da nasalidade da pronúncia da palavra anterior; e, distinto, à parte. Afirma o mesmo autor, que, segundo o padre A R. de Montóia, a palavra Caconde é Também grafada Caquéo e Ca-que-nd-e.
A segunda hipótese é de origem africana, em razão da presença de negros Cacundas na área. Laudelino Freire, em seu Dicionário, registra Cacundas como sendo negros provenientes de Angola, muito valentes e bons carregadores.
Caconda era uma povoação da África Portuguesa Ocidental, presídio e capital do Conselho de Caconda, cujo presídio foi fundado em 1682 por João da Silva e Souza, governador de Angola.
Situada a 860 m de altitude, Caconde ocupa um lugar privilegiado na Serra da Mantiqueira. Considerada uma estância climática por sua temperatura amena, essa cidade possui um cenário de beleza natural ainda não muito explorado e promete ser um novo paraíso do eco-turismo.
A 290 Km de São Paulo, na divisa com Minas Gerais, o caminho é de fácil acesso, e os trechos da estrada estão em boas condições. A paisagem é maravilhosa, a sensação de respirar um ar puro, olhando para os montes, é de paz.
Quem quiser aumentar a adrenalina pode praticar uma série de esportes radicais, como rafting, rapel, canyoning, trekking com tirolesa, mountain bike, boiacross e canoagem. Mas quem não tem espírito aventureiro pode optar por uma tranquila pescaria ou caminhada até os mirantes da cidade.
Os moradores são muito amigáveis, e a cidade ainda conserva um jeitinho interiorano, que faz a estada ser aconchegante e familiar.
O melhor
O mirante no topo do Morro da Santa Quitéria, onde se pode meditar, namorar ou apreciar a vegetação da cidade toda.
O pior
Como a cidade é bem pacata, não se encontra vida noturna agitada. Aproveite bem o dia para descansar à noite.
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